segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Que Vem dos Olhos

O silencio noturno paira sobre nós
A lua se escondeu novamente em sete véus negros
Os gritos sufocados do dia passam a açoitar o ar
Como cadéveres saltando de covas pútridas

Meu coração guardado na fortaleza de gelo ainda sangra
Aquela voz maldita é feita de sombra e maldade
Pesadelos carregados de sonhos perdidos
A porra do meu coração ainda sangra

Uma multidão clama no muro das lamentações
Um comprador de almas passeia livre
O Abismo surge como único caminho
PAID!

Me visto com os trapos das escrituras
Me fiz de santo, quando na verdade era o próprio demonio
Luz é como vidro em meus olhos
Fecho-os, já que não são mais meus

A agua corre por um corpo marcado
Se fossse benta talvez eu morresse
Minha consciencia afunda em lágrimas
Vou em direção a porta

De repente, um deslize
Vi meu rosto no espelho
Mas não sou eu
Olhos famintos me condenam

Há sombras por todo o banheiro
Ouço mil vozes de lamento
Sangue, garras, asas negras
A realidade se distorce, paredes dobram

Escuro...

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